domingo, 28 de setembro de 2008

Poema para Thomas

Thomas, teu nome
(Thomas Mann)
Thomas homem

Tomo teu nome em meu verso
em meu avesso
tomo teu nome por inteiro

Teu nome e um cravo vermelho
teu nome e uma tatuagem na mão
teu nome e um regador
Thomas bom

Então, vem, Thomas,
sejamos tu e eu
a tomarmos o café da manhã

E depois?

Depois vamos ao jardim
cuidar das zínias e da
boca-de-leão

O nome do nosso cão? Flox
Rolamos os três no tapete de primavera
tomados de enorme felicidade

Como é mesmo teu nome
(quando nos conhecemos):
Thomas

No dia seguinte:
toma, colhi estas flores para você
colhi estas flores para você me ver nelas
toma, sou o Thomas e colhi estas flores para você me tomar junto com elas

As minhas mãos tomaram um susto
estavam desacostumadas a tomar flores
as minhas mãos trêmulas

Ou então foi uma brisa que soprou
brisa de primavera
brisa de amor

2 comentários:

Rubens da Cunha disse...

fiquei impressionado.
ritmo, beleza, um quase erotismo, poesia alta, atíssima.
abraços

Anônimo disse...

Lindo, Suzie!
essas paranomásias (oh, dor! perdoa a fissora!) com o nome dele e o verbo tomar ficaram muito boas.
AMEI!