sexta-feira, 31 de maio de 2013

A erva-do-diabo

A erva-do-diabo de Carlos Castañeda estava na minha lista dos livros importantes não lidos. Nada como um feriado, acompanhado de um resfriado, para deixar a gente de molho lendo.

O livro é um relato das experiências vividas pelo antropólogo Castañeda, quando foi buscar “conhecimento” com um índio chamado Dom Juan. Esse caminho do conhecimento seria feito com o uso das plantas alucinógenas peiote (mescalina), erva-do-diabo e fumo.

As experiências são muito difíceis, todas dentro de rituais complicados. É um caminho perigoso, terreno desconhecido. O próprio Castañeda reluta e quase desiste por diversas vezes.

Se fosse uma obra literária e ficcional, diria que está bem escrita, com uma pegada envolvente. É narrada em forma de relato cronológico, de acordo com o acontecimento das experiências. Como não é obra ficcional, acredito que foi muito bem revisada e reescrita, até chegar no formato que foi publicada.

O que aprender com este livro: a sabedoria de Dom Juan, como é um estado alterado de consciência e o modo como Dom Juan interpreta as “viagens” de Castañeda..

Alguns ensinamentos de Dom Juan:

Um homem vai para o conhecimento como vai para a guerra, bem desperto, com medo, com respeito e com uma segurança absoluta. Ir para o conhecimento ou ir para a guerra de qualquer outra maneira é um erro, e quem o cometer há de se arrepender.

Para seguir o caminho do conhecimento é preciso enfrentar quatro inimigos: o medo, a clareza, o poder e a velhice.

Você acha que há dois mundos para você... dois caminhos. Mas só existe um. O protetor mostrou-lhe isso com uma clareza inacreditável. O único mundo possível para você é o mundo dos homens, e esse você não pode resolver largar. É um homem! O protetor lhe mostrou o mundo da felicidade, onde não há diferença entre as coisas porque lá não há ninguém que indague pela diferença. Mas esse não é o mundo dos homens. O protetor o sacudiu dali para fora e lhe mostrou como é que o homem pensa e luta. Este é o mundo do homem! E ser um homem é estar condenado a esse mundo. Você tem a presunção de crer que vive em dois mundos, mas isso é apenas vaidade. Só existe um único mundo para nós,. Somos homens, e temos de seguir satisfeitos o mundo dos homens. Creio que foi esta a lição.

Vale a pena ler. Quem é de Brusque, pode pegar emprestado na Biblioteca Pública Municipal.

domingo, 19 de maio de 2013

Leituras do fim de semana

Iniciei a leitura ontem (sábado) às 21 h do livro o Apocalipse dos trabalhadores de Walter Hugo mãe, autor português, nascido em Angola.

A intenção era apenas iniciar a leitura, mas fluiu tão bem, que prosseguiu noite afora (claro, com pequenos intervalos), até quase duas da manhã. Em dado momento liguei a TV, pois queria assistir Os gêmeos (grafiti) no Altas Horas (Globo aberta).

Bem, quando a gente não larga um livro, é porque é muito bom. A sinopse você encontra no site da editora Cosac Naify. É o terceiro livro que leio desse autor, A máquina de fazer espanhóis e O filho de mil homens também são ótimos.

Ao terminar a leitura de ontem, deveria dormir, mas sabe como é, a caixa do frete da Cosac tinha outros atrativos, o Flores do Mario Bellatin, autor mexicano, publicado em 2009 no Brasil.

Flores é lindo de morrer, cru, li algumas páginas ontem à noite e acordei querendo prosseguir a leitura. Terminei ainda antes do almoço.

O que esses dois livros tem em comum, é que são maravilhosos, inovadores e tratam das grandes questões da humanidade: morte, religião, amor, sexo, solidão, abandono, preconceito.

Santa Cosac Naify! Bibliotecária que sou, aceitaram meu cadastro como professora, daí ganho 40% de desconto nas compras. O frete pra Brusque é meio salgado, mas vale a pena.

Além desses dois livros, li de passada a revista Gloss de maio. Traz uma entrevista com a blogueira Julia Petit e várias dicas para quem quer se aventurar como blogueira.

As leituras me deixaram muito feliz, não por conta de algum final feliz das personagens. É que quando leio um livro muito bom, genial, diferente, humano, fico completamente feliz, humana, vibrante e um pouquinho louca.

Feliz assim, fui pra cozinha e, inspirada, fiz um salmão com batatas, acompanhado de vinho tinto barato, o único que tinha em casa, ouvindo Sgt Pepper´s (Beatles), da minha antiga e pequena coleção de CDs.

Mas eu precisava, antes da soneca da tarde e ainda saboreando o vinho com morangos e chocolate, gritar, dizer, comentar no meu blog das minhas leituras desse fim de semana, mesmo que do outro lado esteja apenas eu lendo, no espelho da tela do monitor.