sábado, 3 de dezembro de 2011

O primeiro poema da árvore

A árvore ouviu o poema das zebras
escrito por Bernardo Texugo
ouviu misturado ao vento
e ao zumbido de um inseto de olhos pontudos

Ouviu que as zebras iam sorridentes
o canto do vento dizia: vamos, vamos

As árvores não vão a lugar algum
os homens, por exemplo,
andam velozes sobre rodas
as zebras correm contentes

As flores caíram na boca dos crocodilos
flores cor de zebra, galopantes,
mergulharam na boca dos crocodilos
cor de sangue

Duas ou três escaparam
e em algum lugar do mundo
nasceram zebras vermelho-sangue

Poema construído como exercício durante a oficina com Carlito Azevedo, em Jaraguá do Sul. Inspirado no poema "A morte e as zebras" de Bernardo Atxaga. A intenção foi colocar a árvore como protagonista e também usar o elemento da metamorfose, trocando zebras por flores nas sensações da árvore.

domingo, 28 de agosto de 2011

Agosto

Toda essa chuva sobre a cidade
sobre o país e o mundo
não cabe em mim.
Em mim cabe apenas a saudade da primavera

sábado, 23 de julho de 2011

Tela do fim do mundo

o nunca
doendo na nuca
feito um osso
nunca é o nunca

no colo
uma estrela
espreita
as formas
informes
do mundo

colosso

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Concurso Poesia urbana

Estão abertas as inscrições para o concurso Poesia Urbana.
Os melhores textos serão veiculados nos ônibus de algumas empresas do Vale do Itajai.
O concurso é direcionado a catarinenses maiores de 18 anos (ou residentes no Estado há pelo menos dois anos). Mais informações no site:
http://www.unifebe.edu.br/poesiaurbana
Participe, divulgue!
Abraços,
Suzana Mafra

sábado, 19 de março de 2011

Estrelas

Cada pessoa tem uma estrela que lhe guia a vida

Caminho no escuro como se pisasse em nuvens

Nervosa

Minha estrela é um vagalume


Poema classificado no concurso Sinergia.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Apontamentos de verão

A vida pode ser leve
A vida pode ser breve
A vida só não pode ser fugaz
A vida só não pode ser fingimento

E se parássemos
para olhar o infinito sobre o mar?
Se parássemos por um instante,
quem atuaria no plano tecnológico, político, pedagógico?

Cadê a Escola com jeito de casa?
Como aprender sobre a vida num lugar sem vida?

É preciso que o movimento no Cairo se universalize
É preciso decretar que nenhuma árvore será derrubada
Derrubem os homens, deixem as árvores

Que o litoral seja decretado lugar de todos
para que nós acampemos quando pudermos
e aves, bichos e plantas voltem à vida

Façamos a revolução!