segunda-feira, 17 de março de 2008

Poema de Páscoa

O artista tem de ir aonde o povo está
sentindo
fui sentir junto com eles e elas todos
na Sexta-feira da Paixão.

O povo seguia em procissão sentindo a dor de Deus
fui seguindo a procissão, sentindo a dor de Deus
e do povo que é seu, até chegarmos à igreja
aleluia, amém.

O Cristo carregando a cruz era triste e era povo
andei com o Cristo e o peso da cruz me vergou
de joelhos, rezei, implorei para Deus me sorrir.

Senti quando a nuvem desceu sobre mim,
eram anjos, eu vi, eu senti, não me iludo,
senti, sou povo sentindo o mundo
sentindo, senti o sentido de tudo.

6 comentários:

Anônimo disse...

Não sou crente, mas admiro muito as bonitas manifestações de fé.
E essa tua está maravilhosa, Suzana!
bj.

Anônimo disse...

Suzana parabéns pela delicadeza da fé!E nesta quarta, 19 de março faz 110 anos da morte de Cruz e Sousa então peço a voce a permissão para colocar aqui um soneto deste poeta que me encantou já na mocidade dos meus 15 anos, há 40 portanto.
"SINFONIAS DO OCASO
Musselinosas como brumas diurnas
Descem do acaso as sombras harmoniosas,
Sombras veladas e musselinosas
Para as profundas solidões noturnas.
Sacrários virgens, sacrossantas urnas,
Os céus resplendem de sidéreas rosas,
Da lua e das Estrelas majestosas
Iluminando a escuridão das furnas.
Ah! por estes sinfônicos ocasos
A terra exala aromas de áureos vasos,
Incensos de turíbulos divinos.
Os plenilúnios mórbidos vaporam...
E como que no Azul plangem e choram
Cítaras, harpas, bandolins, violinos... (Cruz e Sousa)
Abraços pré-pascoalinos com o carinho da Fatima.

Suzana Mafra disse...

Regina, Fátima

obrigada pela visita

lindo poema de Cruz e Sousa

abraços

ítalo puccini disse...

e sentir é o que é!
tanto que, propagandeando-me, creio muito que "Um sentir complementa o outro" :)

lindo poema!

bj,
Í.ta**

Guilan disse...

caramba, realeza!

no que alguns enxergaram delicadeza, senti uma leve ironia..

mas talvez seja apenas eu.

ora porque eu sou um desdenhoso que cuspiu no prato que comeu (ou no prato que foi forçado a comer)

dê uma passadinha no meu blog Suzana

Obrigado pela excelente poesia!

abraços

Narradora disse...

Primeira vez que venho aqui, gostei bastante do blog.
Acredito que algumas vezes só o coletivo nos dá perspectiva, e isso é fácil perceber nas grandes festas ou manifestações populares, quando o conjunto funciona como uma espécie de "ser único". Mas acredito que a maneira de lidar com o sagrado e com a religiosidade, embora seja uma das formas de espressão cultural de um povo, é também uma questão bastante pessoal.
Bem legal o poema.