Caminho com meus dois braços e sem nenhum abraço, onde ainda sobra espaço, com meu passo e sem compasso definido. Com minha vontade de chegar ou partir, de entrar ou sair, de prender ou soltar, movimento-me. O corpo-asa voa. Nunca sei direito se meus braços estão prontos para o vôo, mas vôo assim mesmo. Vou para os desfiladeiros, para os limites, para as confluências. Muitas vezes volto com minhas asas alquebradas. Sei por onde estive pelo rasto de tinta que ficou na estrada. Isso tudo são detalhes. A boca é que mede o gosto da cereja. Há que se romper limites. Assim tece-se um destino, apesar do desatino. Ávida vida. Asas escrevendo o improvável destino. Um vôo indefinido, uma ruptura, uma asa a desdobrar-se sobre o papel branco, escrever é voar, aceitar aquela palavra que saiu da nossa boca por engano, ou sem plano algum de vôo. Escrever é dizer: o texto está pronto. Mesmo que lá dentro arranhe a vontade de construí-lo eternamente, de meter-lhe um martelo e quebrar os limites do céu. Chover-lhe meteoros.
7 comentários:
humm bom de ler por aqui...
brigado pela visita...
[]´s
novas cores!!
Boas novas
Boas tardes!
No que respeita à imagem que tirou do meu blog de astronomia,
olhe que a imagem não é minha.
O que aí se vê são galáxias a milhares ou mesmo milhões de anos-luz.
Só os grandes telescópios as conseguem obter.
Mas, do meu ponto de vista,
fez bem.
Um abraço
O final mesmo é arrebatador.
adorei isso: "Ávida vida. Asas escrevendo o improvável destino".
Chover meteoros no texto, que mágico!
muito bom estar aqui.
Ítalo.
Lindo. Admiro teu trabalho. Karline
Lindo. Admiro.
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