A fuga dos pássaros
gaivotas voando na noite
ou
lenços brancos despencando no mar
tão névoa, tão bruma
tão noiva
vestida de gaivota na pedra do mar
(altar)
não fui eu, não fui
grita o pássaro na noite
de uma garganta
as ondas bramiam na renda do vestido
salpicado de estrelas
pisavas descalça sobre o mar
levando o buquê de pássaros na mão
Antes, na festa
alguém gritou
jogue o buquê
jogue o buquê
foste ao quintal
(jogado o buquê de pássaros)
o menino, dono do viveiro, chorou
disseram em consolo:
não precisa mais limpar o viveiro
não precisa mais comprar alpiste
nem caruru, nem folhas de alface
quem iria desconfiar da noiva?
servia docemente o licor de figo
dentro da mais pura camélia branca
Um comentário:
Oi, obrigado pelo link,
lindo teu blog, delicado como a sua poesia.
abraços
Rubens
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