quarta-feira, 28 de maio de 2014

19º Encontro Regional do PROLER - Blumenau

Clecio dos Santos Bunzen Júnior apresentou um panorama da história da leitura no mundo e no Brasil, por meio de textos e imagens, para que a compreendemos e melhor nos conduzimos como mediadores de leitura, pois um grande entrave nesse trabalho, segundo Clecio, é a crença de que apenas na escola formamos leitores. Segundo ele, a escola se apropriou de práticas de leitura que já existiam. Qualquer prática de leitura está imersa na dimensão cultural, ou seja, por meio da leitura nos apropriamos de valores, crenças, formas de agir e de fazer. Formar o leitor literário é formar o leitor para ler o mundo. Clecio é um encantador de plateias.

A leitura se faz em rede, é preciso que o aluno saiba disso, tenha essa noção. Ninguém nasce gênio, nos construímos ao longo da vida por meio da linguagem: no início era o verbo. A obra não começa no livro, está fora dele e dentro de diversos outros livros. O escritor é um mero catalisador dessa literatura preexistente, afirma Paulo Venturelli, autor do premiado Visita à baleia. Ele quis desmistificar a ideia do gênio que nasce pronto, para que assim nos apropriemos da literatura, antes elitizada e, por meio dela, nos tornemos mais, visto que a fala, o texto, constitui o que seremos. Paulo revelou que foi um professor de português que o incentivou na leitura e na escrita, ao elogiá-lo diante dos colegas da escola, mola propulsora para o transformar de menino gago a escritor premiado.

Não estamos muito acostumados a ouvir poetas. Estamos mais acostumados a ouvir teóricos. E quando um poeta fala da sua teoria interior, a partir dos grunhidos musicais, o que acontece? Alexandre Brito, autor do excelente O museu desmiolado, é poeta em tempo integral. Se ele pretendia levar a plateia ao estado de poesia, a sentir a catarse do poema em criação, deve ter conseguido. Citou alguns poemas que o marcaram, como o Jaguadarte de Lewis Carroll e brindou os participantes com diversos poemas de sua autoria, confidenciado detalhes do processo de criação, pois segundo ele, uma coisa leva a outra. Alexandre Brito britou e brotou poemas na noite do PROLER.

Sueli Cagneti deixou claro que é apaixonada por leitura e conhecedora do assunto. Demonstra isso no jeito empolgado que apresenta os textos para a plateia, despertando emoção, aplausos e também gargalhadas. Se alguém tinha dúvida de que os adolescentes possam gostar de ler, deixou de ter. Ela me fez lembrar da personagem Mary Poppins, dá vontade de levá-la para sempre nos acompanhar (feito fada), só para ouvi-la ler e nos incentivar nesse trabalho de mediadores de leitura, que tem algumas pedras, mas muitas flores.

Clecio, Paulo, Alexandre, Sueli, o PROLER agradece a vinda de vocês, obrigada! Nosso agradecimento aos artistas das apresentações culturais. Participantes das mais diversas cidades do Vale de Itajaí, obrigada pela presença, voltem sempre. Aos parceiros, nosso sincero agradecimento. Ao Comitê, vamos em frente: semeando, aprendendo, construindo, de repente, ao longo do caminho: floemas.


sexta-feira, 2 de maio de 2014

envolvida pela vida
envolvida pela vulva
revolvida pela vida
revólver pela vulva
envolvida pela morte
envelope de
madeira
o cara anda pra trás
o cara anda pra frente
o cara anda pro lado
o caranguejo
Mais um bate-papo comigo na Feira do livro de Brusque. Confira a programação completa da Feira e participe:

quinta-feira, 3 de abril de 2014

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Natal

Feliz Natal e paz em 2014!

domingo, 25 de agosto de 2013

Desbiografia


Aquela moça arrumadinha não existe mais
agora ela mora numa casa bagunçada
é como se a bagunça lhe fizesse companhia

aquela moça tinha uma força que se esvaiu
achava que podia realmente ajudar as pessoas
dizia palavras positivas, animava a todos

agora ela não dá mais conselhos
sabe que o melhor conselho é o silêncio
e cada um que escute o seu

ela achava que tudo devia estar arrumadinho
agora ela acha que não pode perder tempo arrumando as coisas
pois as coisas não se perdem, ficam onde as deixamos

de vez em quando, ela tira um dia para organizar
mas faz com gosto, ouvindo música e cantando

não tem medo da velhice, quer viver bastante
para aprender
também para ver o mar e jardins
e ouvir músicas belas como as do Wado